terça-feira, novembro 29, 2011

O Conhecimento não ocupa lugar

Será que não ocupa mesmo lugar?

Uma amiga à tempos desmentiu, dizendo, e bem: "O conhecimento ocupa lugar, sim - o lugar da ignorância."
Deu-me que pensar, pois ambas as afirmações estão corretas, mas cada uma com um sentido completamente diferente.

O conhecimento não ocupa lugar

O conhecimento é resultado de todas as experiências que temos na nossa vida, sejam elas triviais do nosso dia-a-dia, ou académicas. Sempre que nos debruçamos sobre um cenário novo, algum conhecimento surgirá, alguma experiência ganharemos. Mas é preciso estarmos mesmo sobre um novo cenário, pois caso contrário, podemos dizer que atuamos dentro da nossa zona de conforto - uma área abstrata delimitada pelo nosso conhecimento e da qual conhecemos as variáveis, ou a grande maioria delas e conseguimos ter controlo total ou parcial sobre a matéria em questão.

- "E fora dessa área?"

- "Um dia serei astronauta."
Fora dessa área temos o Novo, o Desconhecido, a Surpresa, Mais Conhecimento, a Verdade. E é ao navegarmos nessa área que crescemos intelectual/moral-mente. Mas é preciso ter um espírito aberto às novas experiências. Quantas pessoas desistem ainda antes de tentar? Quantas pessoas ouvem os boatos e as hipóteses, julgando que isso é o suficiente para saberem algo sobre alguma coisa?
E é ao não darmos um passo na direção do conhecimento, que estagnamos e damos espaço à ignorância.
Não podemos questionar a nossa capacidade de aprendizagem, pois todos nós estamos capacitados para aprender sempre um pouco mais, desde a pessoa com Trissomia 21 até ao grande Astro-Físico...há sempre espaço para aprender algo mais. SEMPRE.

O conhecimento ocupa o lugar da ignorância


Se tivermos então a coragem de navegar num mar desconhecido, temos de lembrar-nos que há muitas pessoas a ganharem com isso - ganha o próprio indivíduo e todos os que o rodeiam. Porque o conhecimento DEVE ser partilhado, para retirar mais pessoas da ignorância. Claro que não devemos aceitar tudo sem um olhar crítico, mas devemos expôr-nos às experiências para retirarmos as nossas próprias conclusões. Pior do que não poder aprender, é não querer aprender; os verdadeiros ignorantes não querem aprender, pois num misto de presunção e preguiça, julgam que sabem tudo...e assumir que se sabe alguma coisa, é dar rédea solta ao erro e à falácia.

A meu ver, devemos estudar um pouco de tudo, começando, obviamente, pelas matérias que mais nos agradam. Devemos estudar também o nosso comportamento e o dos outros, tentando perceber o que somos, como agimos, como pensamos, qual a finalidade de certos atos; e tentar chegar ao nosso íntimo, procurando implementar uma verdadeira reforma do nosso ser, com base no conhecimento e não na ignorância.
Procurar fazer o bem, é também uma forma de fugir da ignorância.

Ser Conhecedor

É hora de agir.
Procuremos um livro sobre uma matéria diferente, procuremos apreciar outros domínios, desde as coisas simples e ordinárias da nossa vida, até às matérias mais complexas e extraordinárias.
Acredita em ti e nas tuas capacidades...hoje, experimenta ignorar aquele programa de televisão ou não leias aquela enfadonha revista côr-de-rosa...hoje darás um passo noutra direção, por um caminho que necessita de mais esforço, mas que no final te deixará diferente e bem melhor.

Se os óculos fizerem doer a vista, tira-lhes as lentes.
Lembra-te que ao seres conhecedor, não és tão facilmente manipulado...mas lembra-te também do reverso da medalha: ao seres conhecedor, não deves subjugar aqueles que aparentemente sabem menos do que tu.

Agora vai, sai desse marasmo mental e procura a luz do conhecimento verdadeiramente útil e necessário ao teu ser e à comunidade em que te inseres - ao seres conhecedor, tornas-te uma nova fonte de conhecimento.

E o conhecimento, ninguém to tira.

domingo, novembro 13, 2011

Banco Central Europeu


Aqui está um vídeo que explica bem como funciona o actual Banco Central Europeu e o sistema de dívida público e como as actuais medidas de austeridade não resolvem o problema. O vídeo está em francês com legendas em português.

Quem Subjuga Quem

"Está um grande temporal lá fora."

Como tudo o que é cíclico, as estações do ano fazem lembrar ao Homem que nem sempre na nossa vida faz Sol. Precisamos do Inverno para marcar a cadência do tempo e para mostrar que o poder é um status e que é completamente efémero.

As forças da Natureza relembram também ao Homem da sua insignificância e de que algo maior e mais 'forte' existe certamente para lá do nosso imaginário. A destruição, ao acontecer, apela à extrema necessidade de união e fraternidade, opondo-se diretamente à subjugação de alguém.

O Planeta Terra

É nestas alturas, em que os raios caiem sobre a crosta terrestre e que paira um sentimento de insegurança, que constato como é perfeita a nossa Terra - até no seu comportamento nos ensina a ser humildes. O nosso planeta preocupa-se mais connosco do que nós com ele.

quinta-feira, novembro 03, 2011

A Morte e a Reencarnação

Informação Incorrecta
Caros,

respondendo ao desafio do caro amigo Max do blog Informação Incorrecta, no seu post A Morte dos Leitores, deixo a minha opinião sobre a morte.


A MORTE

Um assunto interessante, sem sombra de dúvida.
Diz Informação Incorrecta:
"Mas o assunto é: o que acham os Leitores da Morte? É o fim de tudo ou algo sobrevive (como a Alma, por exemplo)? Somos apenas pó e pó voltaremos ou a Morte é algo diferente?

E a Alma, para onde vai? Inferno, Paraíso ou fica aí, no meio? Ou sofre de metempsicose, que não é uma doença psíquica mas e a Reencarnação? E qual Reencarnação? A dos Espíritas ou aquela das religiões orientais?


E o Leitor: tem medo da Morte? Porquê?
"

Antes de mais, devo avisar que o texto escrito representa uma opinião (a minha) e não representa o ponto de vista de qualquer religião, grupo, doutrina ou indivíduo (que não eu), mesmo que eu me identifique ou siga algum desses ideais.

Comecemos pelo fim: Medo da morte?
Sem sombra alguma. A morte é algo que não me assusta, acho que tenho mais respeito/medo ao sofrimento do que à morte em si. Não gostaria de morrer afogado ou queimado, gostaria de morrer normalmente: falência dos orgãos na velhice; mas como isso é algo que não posso escolher, abandonemos esta discussão e sigamos para o cerne da questão.

A morte para mim é uma passagem, o nascimento no plano espiritual - o simples desprendimento do espírito do corpo físico. Sim, porque acredito que somos imortais em espírito, que reencarnamos diversas vezes e que tudo obedece a Leis Divinas.

Hippolyte Léon Denizard Rivail
Antes que questionem, eu respondo já: SIM, sou seguidor da Doutrina Espírita. Aquela trazida pelos espíritos na Codificação de Allan Kardec (um pseudónimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail).
E porque é que me identifico com esta doutrina? Porque foi a única que pela lógica me mostrou os factos.
Atenção, a reencarnação é apenas parte da Doutrina Espírita e neste post, para não fugir do tema, não aprofundaremos a doutrina, desta forma, peço que não tomem a parte pelo todo - dizer que a reencarnação é a Doutrina Espírita é o mesmo que dizer que um par de mãos é um Ser Humano.





A Reencarnação

Em que consiste a reencarnação?
Porque acredito nela?

Para se falar em reencarnação, temos de obrigatoriamente falar em alma ou espírito (há quem distinga, chamando alma ao espírito encarnado, ou seja, com corpo físico). Partindo do princípio que somos espíritos em progressão, a reencarnação mostra-se um agente depurador do Ser Humano. Desta forma, com diversas existências, a Lei de Ação-Reação toma toda a sua amplitude, pois ninguém sai impune dos males que possa ter causado aos outros e a si mesmo. Esses males traduzem-se em carga karmica que teremos de resgatar. Esse resgate tanto pode ser feito na mesma existência, como por exemplo, uma doença causada pelo tabagismo; ou pode ser feito noutra existência, como por exemplo, alguém que explorou um povo, vir a nascer no seio desse mesmo povo para provar do mal causado pelas suas decisões.
Os mais perniciosos, podem chamar isto de vingança Divina, mas trata-se apenas da aplicação da Lei de Ação-Reação: toda a ação tem uma respetiva reação - nada mais simples.
Mas a reencarnação serve para mais, não só para resgate karmico, mas também para missões ou expiações:
  • Missão: espírito com o intuito de ajudar o meio onde irá nascer;
  • Expiação: espírito com o intuito de se depurar a nível de reforma intíma.
Pois bem, e porque acredito que somos espírito e reencarnamos? Para além das explicações trazidas n'O Livro dos Espíritos, tenho a minha própria experiência sujeita ao meu sentido crítico.
O Livro dos Espíritos
Podemos ler sobre a reencarnação n'O Livro dos Espíritos (págs. 156 ~ 165). Eu ajudo a resumir com a seguinte dissertação:

Como pode o Homem explicar que, pessoas que nasçam em iguais ambientes e recebam a mesma educação, sejam tão diferentes? Onde vão buscar a sua forma de ser e pensar se não às suas próprias ideias que trazem na bagagem espiritual? Se não houvesse reencarnação, assumiríamos que o nosso cérebro e o nosso sistemas nervoso tinham a capacidade de criar intelecto, isto é, que um conjunto de atómos e moléculas unidas de determinada forma criam o Ser Humano e a sua personalidade. Como explicar a justiça de pessoas que nascem com problemas de saúde à nascença, em famílias que nunca registaram tais casos?

Certamente, não faltarão pessoas a responder a estas observações, mas o que dizer dos espíritos que se manifestam através dos médiuns? Será loucura ou devaneio de alguém? Não me parece, principalmente quando começas a ouvir da boca de um estranho, alguém falar de ti como se te conhecesse muito bem.

O Céu e o Inferno

Dante pensando porque ainda não abriu um blog.
Não, não acredito no Céu e no Inferno perpetrados pelo Catolicismo.
Deus, se é infinitamente bom e misericordioso, nunca sujeitaria alguém ao sofrimento eterno - se sujeitasse, seria altamente contraditório. Mas que existem zonas espirituais semelhantes aos Infernos descritos sim, como podemos ler no Inferno de Dante Alighieri (da obra Divina Comédia) - relatos da sua viagem Espiritual ao interior da Terra na companhia do seu amigo Virgílio, onde, em outras faixas vibratórias da matéria, Dante fica a conhecer para onde vão aqueles que precisam de evoluir moralmente. Mais recentemente, o médium Ranieri realizou uma viagem semelhante com o benfeitor espiritual Orcus na obra Abismo.

O Céu também é um assunto controverso, pois não acredito na imagem de pessoas a viverem para sempre na ociosidade. Acho que o trabalho existirá sempre, pois só dessa forma a Humanidade evolui - através do trabalho. Não confundir com a sociedade de trabalho que temos atualmente, que fica bem próximo da escravatura...

Resumindo, ninguém está condenado a penas ou glórias eternas, pois isso depende sempre da nossa conduta moral se queremos estacionar ou evoluir.

A Esperança

Em tom de conclusão, vejo a morte como uma passagem para o plano Espiritual - a nossa verdadeira pátria. Nesse lado, podemos ficar indefinidamente, consoante o nosso grau de evolução: desde horas, a dias meses, anos, séculos...mas enquanto formos espíritos imperfeitos, a reencarnação torna-se um impositivo, ajudando-nos a evoluir através das experiências na matéria. Não faz sentido, nem tem lógica alguma uma vida que começa no nascimento e termina irremediavelmente no leito da morte. Há algo mais, algo que veio antes e algo que vem depois...só assim a nossa existência e a nossa consciência fazem sentido.

Este é o meu ponto de vista.

Caros leitores, no que puder ajudar, façam favor. Os comentários são vossos!